sábado, 26 de março de 2011
Sacha, 60 (6)
O CD Sacha, 60, foi produzido por Akira Yamasaki, Cléston Teixeira, Raberuan, Edsinho Tomaz, Silvio Kono, e Mizão e Mizinho de Carvalho, no Projeto Memória Musical de São Miguel Paulista.
Akira Yamasaki - 26/03/2011.
Sacha, 60 (4)
Que bom que voce veio, Sacha.
Na madrugada incerta e nos arredores relativos do Bar do Wlad, no centro de Ermelino, vampiros sonolentos estreavam a primeira garoa paulistana de 2010, observando e medindo desinteressados, incautas jugulares que pulsavam suavemente etílicas. Que bom que você veio, Sacha, o chuvisco parecia sussurrar.
Já passava das quatro da manhã do sábado, 27/02, quando saí do bar, um pé depois do outro, os cabelos molhados pelo sereno e esgueirando-me por entre roqueiros e vampiros vestidos de preto, devidamente escoltado pelos anjos Sueli Kimura, Célia Cabelo e Sacha Arcanjo.
É verdade que eu estava melanciado ao extremo e esgotado pelo cansaço, mas de alma leve e lavada pela chuva do dever cumprido, voando na sensação de ter participado nos últimos quatro meses de um projeto essencial – o CD Sacha, 60.
Alguns gatos pingados renitentes ainda insistiam nas últimas saideiras, lembro vagamente de ter cumprimentado na saída o Jorge Gregório, o Raberuan e a Cláudia, o Edvaldo Santana, o Heron Alcântara e o Edsinho Tomaz enquanto procurava desesperado as chaves do carro. Lembro que haviam outros mas a minha memória não consegue fixar nome ou imagem de ninguém porque vai e vem como ondas do mar.
A ficha caiu no dia seguinte quando acordei e vi as fotos do evento salvas por Sueli Kimura. Elas revelaram que a Festa de Lançamento do CD Sacha, 60, foi um momento raro de integração que celebrou a amizade e a alegria por meio da história de um poeta genial que chegou em São Miguel Paulista há quarenta anos atrás, vindo da Bahia, para plantar aqui a semente de um dos mais importantes movimentos de arte e cultura popular desse país.
Que bom que você veio, Sacha, as fotos parecem gritar.
Akira Yamasaki - 02/03/2010.
Sacha, 60 (2)
Claudemir Santos e Ivan Néris no Sacha, 60 anos
Dezembro é punk no Metroclube, festas de fim de ano dos Departamentos e Gerências do Metrô, uma atrás da outra, dia após dia, carrego pedras para que outros se divirtam. 6ª – 11/12 trabalhei até 21h, sábado – 12/12, até 23h, domingo – 13/12, até 20h.
Segunda – 14/12, folga que não sou de ferro. Acordei cedinho no maior gás, supermercado, sacolão, troca de filtros e óleo do pois é, e como de praxe um raspão no soçaite de areia do Cabelo para dois dedos de prosa. Como já eram 11h achei por bem abrir os trabalhos do dia e pedi uma serra grande, uma brama e amendoim sem casca, e depois outras e outras enquanto Cabelo dava dicas de onde comer um bom peixe por por perto. Anotei de cabeça os locais para conferir qualquer dia desses.
Fui para casa bastante melanciado, só foi o tempo de almoçar e capotei na cama como um inocente. Acordei por volta de 17h30 sem saber direito onde estava, joguei uma água na cara e fui saindo, e Sueli Kimura puta da vida querendo saber onde eu ia. Vou gravar o Claudemir e o Ivan Néris no Sacha, 60 anos. Sacha pra lá, Sacha pra cá - casa com ele, porra.
Sai tão baratinado para pegar João Jr e Claudemir na Oficina às 19h que acabei indo parar na casa de Cultura, já estava ficando preocupado quando fui salvo pelo Celular às 19h15 mais ou menos com Sacha do outro lado dizendo que João estava me esperando desde 18h30 na Luiz Gonzaga, puta que pariu. Saí cantando pneu para pegar João Jr, depois Raberuan em Ermelino e tocamos a 120km por hora para o Estúdio dos Mi.
Já na Marginal, Celular de novo e Cléston dizendo que já tinha chegado e esperava-nos, advinhem, no bar da esquina. Chegamos e logo em seguida chegaram Claudemir e Eduardo, o guitarrista. Pressenti Claudemir meio apreensivo mas seu disfarce tipo não estou nem aí era bom.
Mizão e Mizinho super prestativos conduziram as atividades com competencia e eficiencia, principalmente Mizinho que não surtou nem quando o Eduardo cismou de ensinar a ele as entradas do carron na música. Prêmio Mala do Ano para o Edu.
Nossa preocupação era por o Claudemir à vontade e ficamos todos, eu, Cléston e Raberuan pageando e paparicando o marmanjo e enfatizando a toda hóra o quanto ele era necessário e essencial e é bom ele não se acostumar com essas regalias. A verdade é que foi tudo bem e lá pelas tantas chegou o Ivan Néris que de repente deu um perdido de mais ou menos meia hóra mas voltou para colocar os poemas.
Senti que todos ficamos satisfeitos com o resultado final do Filho da Ânsia, simples mas o tipo da coisa que gruda nos ouvidos mesmo contra a vontade, candidatíssimo às paradas de sucesso. Advinhem, boteco depois, torresmo, cerveja, pinga de alambique, papo sério e papo furado. Sobre o “esqueceram de mim parte Claudemir e parte Ivan” ninguém disse nada e também não precisava. Para mim em particular o episódio serviu para aproximar-me mais desse pessoal que já faz parte do ar que respiro diariamente (mentalizo que isso é perigoso): o Quebra-facão, o GRAVES e o Alucinógenos.
Já era madrugada deixei Raberuan em Ermelino e Claudemir no final da Itajuibe, 22 lombadas e 19 quebra-molas depois. Cheguei em casa entrei pé ante pé e Sueli Kimura dormia profundamente.
Akira - 22/12/2009.
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