quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Clarice (2)

chorei por entender o teu apego
de silencioso leão marinho
sentado na boca da noite
sonhando com o seu aviãozinho
vivendo uma vida de agruras
por onde também tem espinho.

senti as palavras pesadas
como pedras jogadas no vento algoz
que leva e traz a menina luz
que tão bem se porta entre vós
quando chega é uma gata angorá
quando vai é uma estrela veloz.

fiquei bem por saber a façanha
dessa estrela que tece o escuro
que dá voltas pelo firmamento
mas que não se perdeu no monturo
e que tráz o saudoso conforto
ao colo onde alimenta o futuro.

mas nem tudo está perdido
o mugido do velho leo é forte
no seu pulso ainda tem a mesma ira
das borrachadas que lhe fizeram corte
e denso, tenso, olha ludicamente bravio
consola prá suportar santa sorte.

sacha arcanjo (30/09/2010).

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